terça-feira, 17 de abril de 2012


Moradores não querem ser vizinhos da Escola de Samba
Caçapava do Sul


Comunidade da Vila Vivian faz abaixo assinado contra a obra (Foto: Heron Freitas)
Segundo a versão on-line do jornal Gazeta de Caçapava, após o Prefeito Zauri Tiaraju de Castro assinar um termo cedendo um terreno para construção do barracão do projeto Escola de Samba Permanente, que será erguido na Vila Vivian, os moradores do local não gostaram da idéia e fizeram um abaixo assinado contra a obra.
O documento, com mais de 80 assinaturas de moradores do bairro, foi protocolado e entregue esta semana ao prefeito Zauri Tiaraju.

Um dos organizadores da manifestação e morador do bairro, que não quis se identificar, disse que a comunidade é contra a construção do barracão porque isso terminaria com a tranqüilidade do local e também que no bairro ninguém é envolvido com Carnaval.

- Acho que a comunidade deveria ter sido consultada antes de cederem o terreno. Deveriam construir este barracão em outro local, onde tivessem pessoas envolvidas com o Carnaval. Alguns moradores, quando souberam da notícia, ficaram muito preocupados e até pensaram em mudar de bairro – revela o morador.

Outro fato que está gerando polêmica é que o terreno cedido pela Prefeitura está ocupado desde 2004 por João Antônio Brito de Freitas, que possui no local um depósito de material de construção.

- Não sou contra a construção do barracão. Apenas quero uma solução, que arrumem um local para instalar o depósito e não perder o ponto, pois já estou neste local há oito anos – disse João Antônio.

Alguns moradores do bairro foram contra o abaixo assinado e estavam irritados com a polêmica. É o caso de Suelem dos Santos Bitencourt, que não concorda com o protesto e acredita que os moradores não estejam entendendo a proposta da Escola de Samba Permanente.

- Pode ser que de vez em quando tenha alguma algazarra, mas a construção do barracão não é só para fazer Carnaval. Esse projeto irá trazer diversos eventos culturais aqui para o bairro – explicou Suelem.
Outra moradora, Zélia Daiana da Silva Chaves, também é a favor da construção do barracão, pois acredita que no local falte um lugar apropriado para realização de eventos.
- Acho que faz muita falta um local para a comunidade se divertir e realizar festas, já que a Capela onde eram feitos estes eventos está tomada pela sujeira, não tem luz e o telhado, até pouco tempo, estava quebrado – revela Zélia.

Impressionado com a polêmica
O diretor geral do projeto, Darlan Freitas, está impressionado com a polêmica e acredita que a comunidade precisa entender que o que está sendo construído é um Centro Cultural para integrar a comunidade.
- Não será um centro exclusivo para festas. A ideia do projeto Escola Permanente é gerar oportunidade aos caçapavanos. Dentro do Centro Cultural teremos diversos projetos como artes cênicas, música, dança, cinema, poesia, cursos profissionalizantes através do Sebrae, inclusão digital, entre outras ações – explica Darlan.

Abaixo assinadoSegundo informações de moradores do bairro, este abaixo assinado teria sido sugerido pelo prefeito Zauri Tiaraju como a única forma legal da comunidade se manifestar contra o projeto.
- Este ato do prefeito não foi surpresa para nós. Em qualquer lugar que nós quiséssemos instalar o barracão isso iria acontecer. Mas acredito que o prefeito com isso esteja buscando uma maneira dentro da lei, ouvindo os dois lados, e tentando resolver o problema – relata Darlan.
De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura, o prefeito não teria orientado os moradores do bairro a realizar um abaixo assinado, mas sim explicado a maneira como os moradores poderiam se manifestar legalmente.

Conforme a assessoria, ao ceder o terreno, o prefeito Zauri Tiaraju se mostrou favorável a todo o projeto da Escola de Samba Permanente, pois segundo ele esta é uma forma de potencializar a cultura através do social. Ele também explicou que não pode ficar sem escutar todos os cidadãos e as suas reivindicações. A Administração Popular entende que há duas manifestações coletivas, um grupo que se preocupa com a construção de um barracão, que servirá para oficinas e centro cultural, e de outro lado um grupo preocupado com a localização desse empreendimento.
Na próxima semana, o diretor geral do projeto, Darlan Freitas, deve realizar uma reunião e apresentar o projeto à comunidade do bairro, esclarecendo dúvidas e tentando chegar a um consenso com os moradores. 

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